Domus real x Domus ideal: Considerações sobre a casa urbana da Antiga Roma
SILVIA LOPES CARNEIRO LEÃO
Resumo
O presente artigo é parte de uma pesquisa que tem como foco a casa unifamiliar moderna e seus antecedentes. Faz uma reflexão sobre a domus da antiga Roma, considerando seus principais espaços e sua estrutura formal. Consiste em uma análise comparativa entre a domus ideal, proposta pelo arquiteto romano Marco Vitrúvio Pólio no Tratado publicado entre os anos 30 e 20 a.C., e a domus real, efetivamente construída e habitada.
Usou-se, para tanto, uma amostra constituída por algumas das principais casas resgatadas nas escavações arqueológicas da cidade italiana de Pompeia, soterrada em uma erupção do vulcão Vesúvio no ano de 79 d.C.
Tais residências foram aqui submetidas a um processo de análise, medição e comparação a partir de imagens e dados coletados em bibliografia específica. A comparação teve por objetivo avaliar até que ponto as regras de composição propostas por Vitrúvio no Livro VI de seu Tratado foram observadas nos projetos residenciais do período. Permitiu constatar que grande parte das propostas teóricas do arquiteto foram efetivamente realizadas na prática, mas por vezes adaptadas às circunstâncias específicas do projeto, tais como programa, sítio de implantação e usuário. O artigo ressalta, também, a influência das ideias de Vitrúvio na arquitetura posterior e suas repercussões até os dias atuais.
Palavras-chave: 1. Arquitetura doméstica; 2. História da Arquitetura; 3. Roma Antiga
Abstract
This paper is part of a research that focuses on the modern single-family house and its background. It also proposes a reflection on the ancient Rome’s domus, taking into account its main spaces and formal structure. The author proposes a comparative analysis between the ideal domus, proposed by the Roman architect Marcus Vitruvius Pollio in the Treatise published between 30 and 20 b.C., and the real domus, effectively built and inhabited. For the purposes of this article, the sample is composed by a few of the houses retrieved in the archeological excavations of the Italian city of Pompey, buried by the eruption of the Vesuvius volcano in 79 a.C. Such houses underwent analysis, measurement, and comparison through images and data collected from specific bibliography. The comparison allows for the evaluation of how far the rules of composition proposed by Vitruvius, in the Book VI of his Treatise, were observed in the residential projects of the period. The study revealed that the architect’s theories were largely put into practice and were, sometimes, adapted to the specific circumstances of each project, such as program, implementation site, and user. The article also highlights the impact of Vitruvius’ ideas on subsequent architecture and its repercussions to this day.
Key Words: 1. Domestic architecture; 2. History of Architecture; 3. Ancient Rome
Resumen
El presente artículo es parte de una investigación que tiene como foco la casa unifamiliar moderna y sus antecedentes. En él se reflexiona sobre la domus de la antigua Roma, teniendo en cuenta sus principales espacios y su estructura formal. Consiste en un análisis comparativo entre la domus ideal propuesta por el arquitecto romano Marco Vitruvio Polión, publicada en el Tratado entre los años 30 y 20 a.C., y la domus real, efectivamente construida y habitada. Se utilizó para ello una muestra constituida por algunas de las principales casas rescatadas en las excavaciones arqueológicas de la ciudad italiana de Pompeya, enterrada en la erupción del volcán Vesubio en el año 79 d.C. Tales viviendas se sometieron a un proceso de análisis, medición y comparación a partir de imágenes y datos recogidos en bibliografía específica. La comparación tuvo por objetivo evaluar en qué medida se observaron las reglas de composición propuestas por Vitruvio, en el Libro VI de su Tratado, en proyectos residenciales de la época. Permitió constatar que gran parte de las propuestas teóricas del arquitecto se realizaron efectivamente en la práctica, pero a veces adaptadas a las circunstancias específicas del proyecto, tales como programa, sitio de implantación y usuario. El artículo también señala la influencia de las ideas de Vitruvio en la arquitectura posterior y sus repercusiones en la actualidad.
Palabras clave: 1. Arquitectura doméstica; 2. Historia de la Arquitectura; 3. Roma Antigua
Introdução
O presente trabalho é parte de uma pesquisa mais ampla que tem como foco a casa unifamiliar moderna e suas origens. Tem por objetivo fazer um breve estudo da casa urbana da antiga Roma, conhecida como domus, considerando sua forma de organização, seus principais espaços e sua estrutura formal. Para tanto, será feita uma análise comparativa entre a domus ideal, tal como proposta pelo arquiteto romano Marco Vitrúvio Pólio em seu Tratado, publicado entre 30 e 20 a.C., e a domus real, efetivamente construída na cidade de Pompeia, antes de ser soterrada por uma erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.C.
Servirão de base para o trabalho o Livro VI do Tratado de Vitrúvio, que estipula regras para a composição da domus ideal, e uma pequena amostra de oito das principais residências remanescentes de Pompeia e disponíveis em publicações. As casas selecionadas são as seguintes: Pinario Cerial, dos Vettii, de Menandro, das Bodas de Prata, de Pansa, do Fauno e de Epidio Rufo. As análises, medições e comparações foram feitas com base em imagens e textos coletados em bibliografia específica sobre o assunto. O trabalho foi supervisionado pelo Professor da UFRGS, Arquiteto Dr. Claudio Calovi Pereira, especialista no assunto, e cuja tese de doutorado versa sobre Arquitetura do Renascimento Italiano.
Domus ideal: a casa romana segundo Vitrúvio
Publicados entre 30 e 20 a.C. 1, durante a era de Augusto, os Dez Livros de Arquitetura 2 de Marco Vitrúvio Pólio constituem, no seu conjunto, o único texto de arquitetura advindo da Antiguidade. A arquitetura residencial é abordada por Vitrúvio no Livro VI, composto por oito capítulo3. Os cinco primeiros são dedicados à casa urbana ou domus, o sexto à casa rural, o sétimo à casa grega e o último a fundações e subestruturas.
No Capítulo I, Vitrúvio discorre sobre a importância do clima como determinante do estilo da casa e da necessidade de o projeto arquitetônico atender às peculiaridades climáticas das nações e das “raças humanas”. No Capítulo II, trata da importância das proporções do edifício e seu ajuste à percepção visual do observador e ao sítio de implantação.
O Capítulo III é especialmente importante por tratar dos principais ambientes da casa e suas proporções ideais. Antes de passar à exposição de seu conteúdo, entretanto, é importante esclarecer que a domus romana tinha uma dinâmica de funcionamento muito particular. Além do pai de família, sua esposa e seus filhos, era povoada por escravos domésticos e frequentada por algumas dezenas de homens livres, os “clientes”, que todas as manhãs compareciam em fila à porta da casa para fazer uma visita de homenagem ao proprietário, eleito seu protetor ou patrono. Os clientes eram variados e podiam ter interesses diversos: havia os que desejavam fazer carreira pública ou ampliar os negócios favorecidos pela influência do patrono; os poetas ou filósofos pobres, que achavam desonroso trabalhar e vinham em busca da esmola, ou sportula; e, por fim, alguns mais poderosos, que aspiravam ser incluídos no testamento do protetor 4. Para acolher essa multidão existiam os ambientes de recepção da casa, e, quanto maior a importância do patrono, maior seria a fila de pretendentes e maiores e mais suntuosos seriam esses ambientes.
Vitrúvio não especifica a função ou a disposição relativa dos ambientes da casa, como se houvesse uma familiaridade do leitor em relação ao assunto. Sua preocupação está centrada no estabelecimento de padrões e proporções preferenciais. Algumas das considerações que se seguem, em que se procura descrever e definir tais ambientes, são, portanto, baseadas na posterior interpretação do Tratado.
O Capítulo III inicia com o mais importante espaço de recepção da domus, o “átrio” ou “cavaedium”, sala normalmente aberta na parte central, à qual se tem acesso diretamente a partir dos ambientes de entrada 5.Existem, de acordo com Vitrúvio, cinco diferentes tipos de átrio (Fig. 1). O “átrio toscano” é aquele em que o vão do telhado, com caimento para o interior da residência, é suportado apenas por vigas, sendo duas principais, com a largura do espaço e apoiadas nas paredes de contorno, e duas secundárias, transversais às primeiras. As águas da chuva escorrem para dentro do espaço central através do vazio superior – compluvium – e caem numa abertura inferior – impluvium – comunicada a uma cisterna subterrânea 6.No “átrio coríntio” as vigas são suportadas por uma sucessão de colunas localizadas em torno da abertura central, enquanto no “átrio tetrástilo”, correspondente a vãos menores, existem apenas quatro colunas, localizadas nos ângulos. O “átrio displuviato”, em que o caimento do telhado se dá para fora do espaço, não é recomendado por Vitrúvio, já que o madeiramento do telhado e as paredes adjacentes correm o risco de ser danificados por ação das águas da chuva. O último tipo, o “átrio testudinato”, ao contrário dos demais, seria um espaço coberto, empregado em vãos pequenos e quando existem grandes ambientes na parte superior da casa.
A seguir, Vitrúvio passa a descrever as proporções ideais dos principais ambientes da casa, ou relacionando suas próprias dimensões – largura, comprimento e altura – entre si, ou relacionando dimensionalmente os diversos ambientes uns com os outros (Fig. 2). O átrio, pelos critérios do arquiteto romano, pode seguir três padrões dimensionais: no primeiro caso, a largura corresponderia a três quintas partes do comprimento; no segundo, a duas terças partes do comprimento; no terceiro, a largura corresponderia ao lado de um quadrado e a profundidade à sua diagonal. Em todos os casos, a altura do átrio até a parte inferior das vigas de suporte corresponderia a três quartos de sua profundidade.
As “alas” são ambientes dispostos nas duas extremidades laterais do átrio, sem função definida. Podem ter cinco larguras preferenciais, de acordo com o comprimento do átrio: quando este medir entre 30 e 40 pés, a largura das alas corresponderá a um terço do seu valor; quando entre 40 e 50 pés, divide-se o comprimento por 3,5; entre 50 e 60, a largura corresponderá a um quarto; entre 60 e 80, divide-se o comprimento por 4,5; e entre 80 e 100 pés, a largura das alas terá um quinto do comprimento do átrio.
O “tablinum”, sala localizada em linha reta com o átrio, corresponde ao gabinete do dono da casa, local de negócios e recepção de amigos 7. Há, segundo Vitrúvio, três dimensões preferenciais para esse ambiente, de acordo com a largura do átrio: quando esta for até 20 pés, o tablinum poderá ter dois terços da largura; quando entre 30 e 40 pés, metade; quando entre 40 e 60, dois quintos dessa dimensão.
A “fauces”, zona de acesso que conduz ao átrio, em alguns casos precedida de vestíbulo, é dimensionada de acordo com o tablinum. No caso de átrios menores, pode ter dois terços da largura do tablinum; em átrios maiores, metade da largura do mesmo.
Vitrúvio determina também as dimensões preferenciais para o “peristilo”, espécie de pátio descoberto, cercado por colunata alpendrada, em que os ambientes de entorno são destinados ao uso da família ou à recepção de convidados mais íntimos. Normalmente em posição transversal ao átrio e situado logo após o tablinum, o peristilo deve ter uma proporção de três módulo 8 de largura por quatro de profundidade e sua altura deve corresponder à largura da galeria coberta de contorno.
As salas de jantar, por fim, normalmente situadas em torno do peristilo, devem ter comprimento igual a duas vezes a sua própria largura. Tais salas, quando destinadas à recepção noturna, costumavam ter três ou mais leitos inclinados, sobre cada um dos quais recostavam-se três ou mais pessoas para o jantar, e eram denominadas “triclinium”. Um dos ambientes essenciais da casa, o triclinium indicava o nível social dos convidados: os lugares de cada leito eram classificados conforme uma ordem hierárquica estrita, que culminava na posição do dono da casa, presidente do banquete, à direita do leito central 9.
As demais observações e dimensões estipuladas por Vitrúvio no Capítulo III referem-se a ambientes mais genéricos, como as “oeci”, salas de uso menos específico.
No Capítulo IV o autor aborda as orientações preferenciais para os diferentes ambientes da casa, sugerindo as melhores exposições para salas de inverno, verão, primavera e outono, de acordo com sua função específica. O Capítulo V trata da adequação dos ambientes da casa à situação dos proprietários. Faz, primeiramente, clara distinção entre ambientes privados – aqueles a que ninguém tem direito de acesso sem convite prévio –, e ambientes comuns – aqueles a que qualquer um tem o direito de entrar, mesmo sem ser convidado. Depois passa à caracterização dos principais espaços da casa de acordo com a ocupação e posição social do proprietário. Assim, homens de médias posses não teriam necessidade de espaços de uso comuns – fauces, átrio e tablinum – em grande estilo, ao passo que homens mais representativos demandariam ambientes de recepção tanto mais amplos e sofisticados quanto maior fosse seu prestígio e importância.
Os demais capítulos do Livro VI não se referem especificamente à casa romana urbana. O Capítulo VII, entretanto, tem interesse na medida em que trata da casa grega, sem dúvida um precedente e referencial importante. É descrita por Vitrúvio em termos comparativos à casa romana, e distingue-se por não possuir átrio e por ser composta de dois peristilos, um feminino (gynaeconitis) e outro masculino (andronitis), sendo o masculino mais suntuoso. Tais peristilos são cercados por salas e ligados por passagens denominadas mesauloe.
Finda a leitura do Livro VI, portanto, um arquiteto da antiga Roma estaria apto a projetar e construir uma casa no melhor “estilo” de seu tempo. É importante ressaltar, entretanto, que Vitrúvio dedica seu Tratado não só a especialistas, mas também a homens comuns, e deixa claro, além disso, que suas recomendações são passíveis de ajustes, de acordo com circunstâncias específicas de cada problema. No próximo tópico, examinaremos soluções que foram adotadas na prática em algumas das principais casas construídas na cidade de Pompeia, buscando compreender em que aspectos seguem as recomendações de Vitrúvio e em que pontos delas se afastam, adaptando-se às circunstâncias particulares do projeto.
Domus real: as casas de Pompeia
Pompeia, antiga cidade da Campânia, sul da Itália, situa-se a 23 km a sudoeste de Nápoles. Após sucessivas invasões, alia-se a Roma no século III a.C. e converte-se em colônia romana no século I a.C. Soterrada por uma erupção do vulcão Vesúvio no ano 79 d.C., permanece desaparecida até o século XVI, quando são descobertas suas ruínas. As escavações, que dão a conhecer importantes aspectos da vida econômica, social e religiosa dos romanos, só acontecem a partir do século XVIII 10.
Pompeia torna-se especialmente importante pela grande quantidade de casas particulares que foram preservadas, permitindo o melhor entendimento da arquitetura doméstica dos antigos romanos, até então conhecida apenas através dos manuscritos de Vitrúvio.
Pelo que indica seu texto, Vitrúvio deveria conhecer bem as regiões de Roma e da Campânia 11.É de supor, portanto, que tenha tido estreito contato com a arquitetura residencial de Pompeia, e que essa tenha sido importante referência para seu Tratado, especialmente para o Livro VI.
O mapa de Pompeia permite constatar uma malha viária estruturada a partir de uma rua de contorno – Via di Stabia – e duas ruas longitudinais principais – Via di Nola e Via dell’Abondanza. Formam-se, assim, três setores principais dispostos longitudinalmente, com o núcleo mais antigo situado a sudoeste do setor central, e outros dois polos de concentração de equipamentos públicos nos extremos da faixa mais a sul. O restante da malha urbana, formada por ruas que tendem a um traçado ortogonal, com quarteirões na sua maioria alongados, abriga os bairros residenciais da cidade. As casas são dispostas lado a lado, sem afastamentos laterais ou frontais, formando um tecido compacto em que a iluminação e ventilação dos ambientes internos são obtidas por meio de espaços escavados em seu volume (Fig. 3).
A domus típica de Pompeia, elegante, austeramente mobiliada e habitada pela classe média provinciana, costumava ser de dois tipos básicos. As mais antigas, que se impõem como casas típicas da Itália no século IV a.C., são as casas de átrio, e podem, além do espaço aberto do átrio, ter um jardim ou hortus ao fundo. Entre os séculos II e I a.C., por influência da arquitetura helenística, passam a ser frequentes as casas de peristilo, nas quais o hortus é substituído por um pátio com colunata perimetral, ligado às funções mais privadas da família, como salas de jantar e cozinha. Átrio e peristilo costumam ser ligados por uma passagem lateral ao tablinum, o andron, que permite uma ligação mais íntima entre os setores público e privado da casa. Em casos excepcionais, de lotes muito grandes, poderia haver ainda mais um átrio ou peristilo, este desempenhando papel mais próximo ao do grande jardim de fundos 12.
A análise de oito casas pompeianas, tendo em vista os parâmetros estipulados por Vitrúvio, nos permite constatar a existência de alguns aspectos que são recorrentes e permitem certas generalizações, e de outros que são específicos, relativos a particularidades de programa, usuário e sítio de implantação. Com diferentes dimensões e construídas em épocas distintas, sete delas puderam ser localizadas no mapa de Pompeia13 (Fig. 3). Como a pesquisa foi baseada em material bibliográfico, que não permitiu maiores precisões dimensionais, todas as medidas referentes às casas analisadas são aproximadas.
A Casa Pinario Cerial é, de todas, a menos típica (Fig.4). Sem átrio e com entrada descentralizada, aproxima-se mais das casas gregas de Priene, desenvolvidas em torno do peristilo. Neste caso, o peristilo encontra-se junto aos limites frontal e lateral do terreno, e a colunata ocorre em apenas dois lados. Tendo em vista as reduzidas dimensões da casa para os padrões da época, aproximadamente 250 m² no total, é provável que tenha pertencido a um proprietário de poder aquisitivo e importância menores, o que determinaria a ausência de átrio e de outros ambientes característicos da típica domus romana.
A Casa do Cirurgião, construída entre IV e III a.C. 14, é um exemplo típico da casa de átrio mais antiga (Fig. 5). Ligada a duas ruas (Fig. 3-2) e com cerca de 550 m², possui fauces, átrio toscano e tablinum em sequência, num esquema axial. O percurso principal ao longo da casa é regular e ordenado, composto por espaços ortogonais. As irregularidades do lote, determinadas pela inclinação das duas ruas e das faces laterais, são absorvidas pelo jardim trapezoidal ao fundo, pelas tabernas frontais, uma das quais maior e com mezanino, bem como por espaços secundários dispostos nas bordas laterais. O átrio toscano, utilizado nas casas mais antigas, segue a terceira proporção recomendada por Vitrúvio, ou seja, tem a largura correspondente ao lado de um quadrado cuja profundidade é sua diagonal. As alas atendem à proporção recomendada para átrios menores – um terço do comprimento do átrio –, assim como a fauces segue a segunda recomendação de Vitrúvio e tem metade da largura do mesmo. Nessa casa não há andron, passagem lateral ao tablinum que oferece uma comunicação mais privada entre átrio e peristilo. Uma abertura junto à rua dos fundos indica uma provável entrada de serviços.
A Casa dos Vettii, uma das mais bem preservadas, teria pertencido a dois irmãos, prósperos comerciantes da cidade15 (Fig. 6). Conforme mapa geral (Fig. 3-3), tem três frentes voltadas para ruas. Abre-se, entretanto, para apenas duas delas, uma abertura determinada pelo acesso principal, axial ao átrio, e outra por uma provável loja, voltada para uma rua perpendicular. Diferencia-se dacasa típica por não possuir tablinum, sendo átrio e peristilo comunicados diretamente. Embora seja clara a axialidade do acesso, com fauces, átrio e alas a eixo, percebem-se algumas liberdades na planta, tais como uma assimetria no percurso principal, onde existe uma escada de apenas um dos lados, a já mencionada ausência de tablinum e a falta de axialidade do peristilo, perpendicular ao átrio mas levemente deslocado em relação ao eixo longitudinal de organização.
O lote é bastante irregular, alargando-se na face de divisa, o que determina uma concentração de ambientes de uso mais privado desse lado. A casa tem cerca de 1200 m² e o átrio toscano segue a proporção do lado do quadrado e diagonal, correspondendo as alas a um terço de seu comprimento. As dimensões do peristilo, que ocupa aproximadamente um terço da área total da casa, não seguem as recomendações de Vitrúvio, muito provavelmente por razões de acomodação ao terreno. Uma reconstituição do volume da Casa dos Vettii permite constatar a quase ausência de aberturas para o exterior e o seu alto grau de introversão (Fig. 6-B).
A Casa de Menandro, assim chamada porque nela foi encontrada uma estátua do poeta cômico Menandro16, tem frente para três ruas da cidade e ocupa quase todo o quarteirão (Fig. 3-4). Sua planta deixa clara a grande irregularidade do lote: em forma de T, é composta por um retângulo maior ao centro, com átrio e peristilo, ao qual se agregam duas outras figuras menores, compostas por vários pequenos retângulos, conformando dois núcleos endentados, um à esquerda e outro à direita do peristilo. Não parece haver lojas no perímetro da casa, com área total de mais de 3000 m² (Fig. 7). O retângulo maior segue o esquema axial composto por fauces, átrio, tablinum e peristilo, sendo esse último levemente descentralizado do eixo. O átrio atende à proporção do quadrado e diagonal; as alas têm um terço do comprimento do átrio e o tablinum metade da largura do mesmo. O peristilo, ao contrário do que recomenda Vitrúvio, não se coloca perpendicularmente ao átrio, mas é longitudinal a ele. Tem, entretanto, as medidas recomendadas de três módulos de largura por quatro de comprimento. O corte da casa permite visualizar a relação entre as alturas do átrio e do peristilo, o primeiro com quase o dobro da altura, embora com uma área cerca de 50% menor.
A Casa das Bodas de Prata, com frente para uma rua e uma espécie de canal de passagem que a liga a outra via perpendicular (Fig. 3-5), é um bom exemplo de domus em que comparecem todos os ambientes principais constantes no Tratado de Vitrúvio. Ao longo do eixo de entrada, dispõem-se sequencialmente fauces, átrio tetrástilo com duas alas, tablinum com andron lateral, e peristilo. Em torno do peristilo estão, além da sala de comer, mais reservada à família, e do triclinium, destinado a banquetes maiores, os dormitórios ou cubículos e os três ambientes das termas domésticas, calidarium, tepidarium e apoditerium. Ainda na periferia da casa, encontram-se tabernas e uma casa de aluguel, totalizando uma área de aproximadamente 1300 m² (Fig. 8). As proporções, exceto pelas do peristilo, também estão de acordo com as estipuladas por Vitrúvio: o átrio insere-se na relação quadrado-diagonal; as alas têm 1/4 do comprimento do átrio; o tablinum tem largura igual à metade da largura do átrio; o triclinium tem comprimento igual a aproximadamente duas vezes sua própria largura. O peristilo, entretanto, quase quadrado, foge à regra sugerida de 3x4 módulos.
A Casa de Pansa é um exemplar geometricamente mais disciplinado, que ocupa o retângulo de um quarteirão inteiro, com frente para a Via di Nola (Fig. 3-6). Tem todos os elementos principais – fauces, átrio, tablinum e peristilo – perfeitamente centrados ao longo do eixo longitudinal de entrada, que desemboca num grande jardim ao fundo. Caracteriza-se por três bordas externas – frente e laterais – ocupadas por uma série de lojas e casas de aluguel, ficando a casa propriamente dita restrita ao miolo do quarteirão (Fig. 9). Outra particularidade dessa casa, de quase 3000 m² de área em projeção, é a existência de um segundo pavimento, pouco comum na domus típica, destinado ao abrigo de escravos. Também chama a atenção a pouca diferença de altura entre átrio e peristilo. A existência de dois triclínios, um de inverno e um de verão, podem indicar um uso mais intenso do peristilo como zona de recepção, o que o aproximaria do átrio em importância e justificaria a sua altura maior que a habitual. Quanto às proporções, o átrio toscano atende à relação de dois módulos por três, o tablinum medindo metade da sua largura e as alas 1/3 do seu comprimento. O peristilo, como a maioria dos aqui analisados, não é transversal ao átrio nem segue a proporção de 3x4 módulos sugerida por Vitrúvio.
A Casa do Fauno, uma das maiores e mais luxuosas, situa-se cronologicamente entre o final do século I a.C. e o início do século I d.C.17 . Recebeu esse nome em razão de uma estatueta de bronze de um fauno dançante existente no implúvio18. Como a vizinha Casa de Pansa, ocupa um quarteirão inteiro e também tem frente para a Via di Nola (Fig. 3-7). Um olhar mais detido sobre as quadras de entorno parece indicar que ambas as casas ocupam, tanto em largura como em comprimento, o equivalente a duas parcelas urbanas; com seus cerca de 3000 m², correspondem a área aproximada de quatro casas normais. Diferentemente da vizinha, entretanto, a Casa do Fauno não parece ser cercada por tabernas ou casas de aluguel, mas utilizar toda a área do terreno para uso residencial. Apresenta uma especial peculiaridade: é a única entre todas as domus aqui analisadas em que existem dois átrios, um toscano e um tetrástilo, e dois peristilos. O eixo principal de entrada situa-se próximo à esquina, e, iniciando pela fauces, conduz ao átrio toscano, segue pelo tablinum, passa pelo primeiro peristilo, e desemboca no peristilo maior ao fundo (Fig. 10). Um segundo eixo, transversal ao primeiro, estabelece um giro de 90 graus na rota principal na altura do átrio toscano, e conduz em direção ao átrio tetrástilo. Uma possível explicação seria a fusão de duas casas, uma com átrio tetrástilo, e outra com átrio toscano. A casa apresenta ainda dois androns e quatro triclínios19 , dois ligados ao peristilo maior e dois ao menor, que denotam a condição social privilegiada do proprietário. O átrio toscano atende à proporção de 3x5 módulos de Vitrúvio, tem alas com 1/4 do comprimento do átrio e tablinum com 2/3 de sua largura; o átrio tetrástilo obedece à relação do quadrado e diagonal e não apresenta alas e tablinum típicos, provavelmente pelas adaptações feitas quando da fusão das duas casas. O primeiro peristilo é transversal ao átrio, como recomenda Vitrúvio, e obedece à proporção de 3x4 módulos; o segundo abrange toda a largura do lote e tende à forma quadrada.
A Casa de Epidio Rufo, por fim, tem frente para a Via dell’Abondanza e, apesar das dimensões não tão avantajadas como as de outras casas vistas anteriormente, é importante por ser o único dos exemplos que apresenta átrio coríntio (Fig. 3-8). Sua área aproxima-se dos 600 m², não muito maior que a da Casa do Cirurgião, mas o átrio, se comparado com os das demais casas, é proporcionalmente maior. Não há peristilo, mas um pátio sem colunata ao fundo do terreno, que se escalona até o último espaço para amoldar-se à forma irregular do lote (Fig. 11). É provável que o proprietário fosse uma pessoa importante, e que o átrio coríntio simbolizasse sua posição social. O material referente à casa é escasso, mas se constata que o átrio possui a segunda proporção sugerida por Vitrúvio, ou seja, 3x5 módulos. As alas têm cerca de 1/5 do comprimento do átrio, proporção correspondente a átrios maiores, e o tablinum metade da largura do átrio.
Havia ainda as casas fora do perímetro urbano de Pompeia, como a Casa de Diomedes e a Vila dos Mistérios (Figs. 3-A e B). Tais casas se enquadram na categoria de vilas, e não serão aqui discutidas.
Domus ideal x domus real: uma síntese
Os dois tópicos anteriores procuram mostrar a casa urbana romana sob dois pontos de vista: o primeiro trata da domus ideal, tal como proposta por Vitrúvio em seu Tratado, com espaços e proporções que ele recomenda; o segundo, baseado na análise de oito casas de Pompeia, trata da domus real, sujeita às especificidades do projeto. Resta, para finalizar, sintetizar as características essenciais da casa romana e identificar as relações existentes entre a teoria e a prática de seu projeto.
Como pudemos observar, a domus romana possui uma dinâmica de funcionamento muito particular, bastante distinta da casa que hoje conhecemos. Inserida num tecido urbano compacto e habitada e frequentada por muitas pessoas, entre as quais membros da família, escravos e “clientes”, tem uma estrutura formal introvertida, em que toda a suntuosidade e décor são reservados aos espaços internos. O volume, normalmente com um pavimento, é externamente simples e fechado, as aberturas para as ruas restritas quase exclusivamente a portas de acesso e eventuais lojas. É, entretanto, escavado por uma sucessão de vazios interiores, que, além de permitir a iluminação e ventilação dos ambientes, estruturam a casa em uma ordem hierárquica, na qual os espaços principais são dispostos ao longo de um eixo longitudinal. Iniciando no espaço de entrada ou fauces, o percurso axial tem seguimento através do átrio, recinto principal, até o tablinum, espécie de escritório do proprietário. Este setor da casa, que gira em torno do átrio, configura o espaço mais público, destinado à recepção de clientes e visitantes em geral. Além do tablinum está o peristilo, pátio alpendrado cercado de espaços de uso mais doméstico, como dormitórios, serviços e salas de jantar, dentre as quais o triclínio, comedor com leitos inclinados destinado à recepção de convidados mais íntimos. Este setor em torno do peristilo, onde só entra a família ou quem é por ela convidado, é de uso mais privado.
Os dois espaços vazados principais – átrio e peristilo – diferenciam-se pelo uso e pelo caráter. Espaço público de recepção, o átrio expressa o status do dono da casa. Planimetricamente é menor do que o peristilo, mas sua altura maior lhe confere imponência. Poderá variar em tamanho e estilo, e ser ou não pontuado por colunas. O peristilo, ao contrário, é amplo e mais baixo, mais informal e doméstico. Sempre com colunata perimetral, na maioria das vezes contém vegetação.
A sucessão de espaços diferenciados, ora fechados, ora abertos, amplos ou restritos, mais altos ou mais baixos, que se dispõem ao longo do eixo principal, gera dilatações, contrações e modulações de luz e sombra que animam e enriquecem o percurso principal. A experiência ao longo desse eixo, entretanto, é sempre linear e simétrica.
A análise das casas de Pompeia demonstra que o esquema básico da residência pode sofrer variações de acordo com três fatores principais, além daqueles inerentes ao programa propriamente dito: o primeiro refere-se à época de construção; o segundo, à condição social do proprietário; o terceiro, às características do terreno.
No que diz respeito à época de construção, as casas mais antigas não possuem peristilo. Organizam-se em torno do átrio e têm um jardim ou hortus ao fundo. O contato com a arquitetura helenística lega o peristilo à casa de átrio romana. As domus mais recentes, como regra, têm átrio e peristilo, em torno dos quais se desenvolvem os dois setores principais da casa, um mais público, outro mais privado.
Quanto à condição social do proprietário, as casas dos menos abastados, menos típicas, podem não ter átrio, mas apenas peristilo, aproximando-se morfologicamente das casas gregas de Priene. Na medida em que o status do proprietário aumenta, a área da casa cresce, e mais imponentes são os espaços internos. Em raros casos de domus muito grandes, observou-se a multiplicação de átrios e peristilos. Um segundo átrio pode significar um acréscimo feito a uma domus mais antiga, provavelmente pela incorporação de uma parcela urbana adjacente, o que indica a mobilidade da casa ao longo do tempo.
No que diz respeito às características do terreno, fica clara a grande capacidade de adaptação da casa, sem perda de sua estrutura axial básica. Irregularidades determinadas por ruas inclinadas ou parcelas urbanas endentadas junto às divisas são sempre absorvidas por ambientes periféricos e de importância secundária – lojas, casas de aluguel, serviços –, e a sequência principal ao longo do eixo longitudinal se mantém íntegra e regular.
As Tabelas 1 e 2 procuram sistematizar os dados levantados nas análises das oito casas pompeianas, e demonstram haver grande proximidade entre as recomendações do Tratado de Vitrúvio e os espaços e proporções verificados na prática.
Na Tabela 1 constata-se que todos os átrios analisados são proporcionados segundo as regras estipuladas pelo arquiteto romano. A maioria das casas, mesmo as mais suntuosas, possui átrio toscano, mais rudimentar que o tetrástilo ou o coríntio, e a proporção preferencial é a do quadrado e diagonal. O átrio tetrástilo aparece em alguns exemplos e o coríntio é mais raro. A opção preferencial pelo toscano talvez possa ser explicada pelo apego à tradição ou por tratar-se de ampliação de casas mais antigas, que permaneceram com o átrio original. Os tipos displuviato e testudinato não foram encontrados, provavelmente por serem relativos a casas menores, mais pobres ou mais antigas ainda.
A Tabela 2 apresenta as proporções dos demais espaços da domus romana. Constata-se que os três ambientes ligados ao átrio – fauces, alas e tablinum –, na sua maior parte, seguem as recomendações de Vitrúvio quanto às proporções. Já peristilos e triclínios raramente são proporcionados pelos parâmetros recomendados. É provável que houvesse um maior rigor em relação aos ambientes de uso mais público, ficando os de uso privado sujeitos a ajustes e acomodações circunstanciais. Tal hipótese confirma a estrita hierarquia existente ao longo do eixo longitudinal estruturador, em que os espaços mais próximos à entrada e junto ao átrio, este incluído, são os mais suntuosos e imponentes.
Ao que tudo indica, Vitrúvio deveria conhecer bem a região de Pompeia. Mais do que isso, é provável que tenha realizado estudo minucioso e profundo da arquitetura residencial do lugar, buscando nela referências para a elaboração das regras de dimensionamento e estabelecimento de proporções de espaços constantes em seu texto. É possível, por outro lado, que as casas construídas após a publicação do Tratado tenham nele buscado tais referências a fim de atingirem maior rigor e requinte espacial. Considerando a flexibilidade existente no texto vitruviano, pode-se dizer que há uma grande proximidade entre a domus ideal e a domus real: a axialidade se impõe como regra e as acomodações verificadas na prática encontram justificativa no próprio Tratado, que não fecha as portas para adaptações do edifício às circunstâncias particulares do projeto.
A importância da domus romana é um fato. O Tratado de Vitrúvio, e em particular o Livro VI, são foco de estudos de arquitetos e humanistas do Renascimento Italiano, que veem na casa romana o modelo ideal para a arquitetura doméstica de seu tempo. As dificuldades no entendimento do Tratado, entretanto, especialmente no que diz respeito ao átrio, geram polêmica e estimulam uma grande variedade de interpretações, que tentam traduzir em imagens a domus descrita por Vitrúvio. Nenhuma dessas interpretações reproduz com fidelidade as verdadeiras características da casa urbana romana, só desvendadas com as escavações de Pompeia três séculos depois. Mas as especulações em torno desse tipo arquitetônico instigam a criatividade e dão margem a um grande número de novas versões, que continuam através dos tempos e chegam como importante herança até nossos dias, com os edifícios de átrio e as casas de pátio modernas.
Notas:
1 As datas são aproximadas. VITRUVIUS, 1999, p. 2.
2 Título original: De Architectura Libri Decem.
3 Ver VITRUVIUS, 1960, p. 167-190.
4 VEYNE, 2002, p. 81 e p. 98-99.
5 VEYNE, op. cit., p. 309.
6 WOODFORD, 1982, p. 109.
7 VEYNE, op.cit., p. 359
8 A palavra “módulo” não é utilizada por Vitrúvio, mas seu emprego aqui tem em vista facilitar o entendimento da relação dimensional por ele proposta.
9 VEYNE, op. cit., p. 354.
10 POMPÉIA, 1998, p. 432.
11 VITRUVIUS, 1999, p. 2.
12 ATLAS DE ARQUITECTURA, 1986, p. 223 e ROBERTSON, 1997, p. 306.
13 Não foi possível localizar a Casa Pinario Cerial no mapa geral de Pompeia.
14 POMPEII, 2002.
15 COLE, 2001, House of the Vettii.
16 POMPEIA, 1998, op. cit., p. 433.
17 Há controvérsia quanto à época: segundo POMPEII, 2002, a casa seria do final do século I a.C.; segundo COLE, 2001, entretanto, dataria de I d.C.
18 COLE, 2001, House of the Faun.
19 POMPEII, 2002, op. cit.
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Mini currículo:
A arquiteta Sílvia Lopes Carneiro Leão é professora de Projeto Arquitetônico na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutorou-se em 2011 pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura da UFRGS (PROPAR) com a tese intitulada As fachadas da casa moderna, merecedora de menção honrosa no II ENAPARQ (2012). Criadora da Revista ARQTEXTO, periódico de divulgação do PROPAR, foi Coordenadora Editorial da revista entre 2000 e 2003 e participa até hoje de sua Comissão Editorial. Coordenou por duas vezes o Projeto de Extensão intitulado Arquitetura do Renascimento Italiano, que culminou com viagens de estudos à Itália em 2013 e 2015. Coordenou, também, o projeto de extensão Arquitetura e urbanismo na Espanha: das raízes árabes à cidade contemporânea, que incluiu viagem de estudos à Espanha em 2016. Dedica-se ao ensino de arquitetura e à pesquisa na área de arquitetura habitacional em seus vários âmbitos.
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Como citar:
LEÃO, Sílvia Lopes Carneiro. Domus real x domus ideal: considerações sobre a casa urbana da antiga Roma. Revista 5% arquitetura+arte, São Paulo, ano 13, volume 01, número 15, pp. 89.1-89.26, jan. jul., 2018. disponível em:http://revista5.arquitetonica.com/index.php/periodico-1/ciencias-sociais-aplicadas/domus-real-x-domus-ideal-consideracoes-sobre-a-casa-urbana-da-antiga-roma
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