Caminhografia no Minhocão em São Paulo
Palavras-chave:
São Paulo. Caminhografias. Minhocão.Resumo
O objetivo deste trabalho é revelar por meio da prática do caminhar, as potencialidades do Minhocão, no centro da cidade de São Paulo. Queremos demonstrar como este viaduto tem sua função totalmente subvertida, a partir das situações que registramos, caminhando por ele em dias alternados, finais de semana e feriados. Assim, apontaremos para uma diversidade de usos que rompem o sentido da cidade funcionalista, abrindo caminho para outras cidades possíveis, quando está interditado ao tráfego de veículos. Um local onde há espaço para o que não é necessário, para o que é opcional e, fundamentalmente, para a imaginação. A transurbância, descrita pelo arquiteto e urbanista italiano Francesco Careri, ampara o exercício peripatético que realizamos no Minhocão, para trazer à luz seus meandros, suas zonas opacas, prenhes de descompassos, alteridades e desafios. Buscamos entrever uma multiplicidade de usos sobre o Minhocão, para desvelar o viaduto sob um viés estético-experiencial, seja no seu baixio ou, quando liberado para uso peatonal. Como resultados alcançados, construímos relatos dos trajetos por meio de fotografias, os quais podem ser chamados aqui de caminhografias, registros que aludem para seus diferentes usos e apropriações, em um intenso devir. Essa proposição busca, nas experiências do caminhar, maneiras de aguçar a percepção, para repensarmos os espaços públicos pelo signo da mudança, especialmente, em futuros projetos urbanos.
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Copyright (c) 2020 Evandro Fiorin, Guilherme do Carmo Gomes Dias
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