Fordlândia e Belterra: percursos etnográficos e a patrimonialização da Arquitetura em madeira

Autores

Palavras-chave:

Etnografia. Patrimônio. Amazônia

Resumo

O interesse na preservação do conjunto urbano de Fordlândia e Belterra se explica pela importância histórico-cultural-econômica principalmente para a Amazônia, com um dos primeiros grandes projetos implantados da região. Foi idealizado e financiado pela indústria Ford para o cultivo da seringa e extração do látex vegetal que fora utilizado como base na produção dos pneus de automóveis fabricados pela Companhia. Com a decadência e o abandono do projeto pela Ford, o lugar ficou conhecido como "cidade fantasma”, entretanto permaneceu ocupado principalmente pelas famílias de ex-funcionários e ex-prestadores de serviços, em geral vindos de regiões próximas. Em virtude disso, o artigo aborda a memória dos moradores como forma de valoração do patrimônio cultural e na construção da patrimonialidade iniciando com um sucinto percurso pela trajetória dos parâmetros de salvaguarda e do conceito de patrimônio cultural para se entender as mudanças que culminaram no interesse em preservar a arquitetura em madeira no Brasil. Para tal, adotou-se o método qualitativo com aplicação da etnografia para incursão em campo, como meio de verificar a influência do espaço construído nas categorias sociais e a relação com as casas em madeira, caracterizando essa arquitetura que ora se assemelha aos tipos palafitas, ora aos típicos bangalôs norte-americanos considerando-se que há elementos necessários para a patrimonialização, mas reconhecendo as dificuldades em se manter a integridade das casas em madeira, sobretudo em região de clima úmido.

Biografia do Autor

Cybelle Miranda, Universidade Federal do Pará

Cybelle Salvador Miranda é Arquiteta e Urbanista e Doutora em Antropologia pela Universidade Federal do Pará, possui Pós-doutoramento em História da Arte pela Universidade de Lisboa. Coordena o Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural (LAMEMO) da Universidade Federal do Pará e é docente da Faculdade de Arquitetura e urbanismo e do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e urbanismo (PPGAU), Belém, Pará, Brasil. Lidera o grupo de Pesquisa Arquitetura, memória e etnografia.

Zâmara Lima, Universidade Federal do Pará

Zâmara Elaíne Anunciata Lima é Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Pará no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU-UFPA, 2019), Arquiteta e Urbanista pela Universidade Federal do Pará (UFPA, 2015) e Designer de Interiores pela Universidade da Amazônia (UNAMA, 2008). U/UFPA.

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Publicado

2021-07-22