Fordlândia e Belterra: percursos etnográficos e a patrimonialização da Arquitetura em madeira
Palavras-chave:
Etnografia. Patrimônio. AmazôniaResumo
O interesse na preservação do conjunto urbano de Fordlândia e Belterra se explica pela importância histórico-cultural-econômica principalmente para a Amazônia, com um dos primeiros grandes projetos implantados da região. Foi idealizado e financiado pela indústria Ford para o cultivo da seringa e extração do látex vegetal que fora utilizado como base na produção dos pneus de automóveis fabricados pela Companhia. Com a decadência e o abandono do projeto pela Ford, o lugar ficou conhecido como "cidade fantasma”, entretanto permaneceu ocupado principalmente pelas famílias de ex-funcionários e ex-prestadores de serviços, em geral vindos de regiões próximas. Em virtude disso, o artigo aborda a memória dos moradores como forma de valoração do patrimônio cultural e na construção da patrimonialidade iniciando com um sucinto percurso pela trajetória dos parâmetros de salvaguarda e do conceito de patrimônio cultural para se entender as mudanças que culminaram no interesse em preservar a arquitetura em madeira no Brasil. Para tal, adotou-se o método qualitativo com aplicação da etnografia para incursão em campo, como meio de verificar a influência do espaço construído nas categorias sociais e a relação com as casas em madeira, caracterizando essa arquitetura que ora se assemelha aos tipos palafitas, ora aos típicos bangalôs norte-americanos considerando-se que há elementos necessários para a patrimonialização, mas reconhecendo as dificuldades em se manter a integridade das casas em madeira, sobretudo em região de clima úmido.
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